segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A coragem de uma paixão – parte 4 - O que é pra ser seu.....

Foi um dia longo para mim. Talvez igual somente quando me casei pela primeira vez.  Depois do dia que liguei para Kaique, eu fiquei pensando e repensando nesse sentimento que estava me tomando. E olhei para o meu casamento e pude avaliar que casei apenas por empolgação de menina virando mulher. Tanto é que nos separamos um filho depois.
Tudo bem, passado é aprendizado, e agora eu estava experimentando um sentimento que conhecia apenas de filmes, novelas e romances.
Na quinta feira, comecei a me prepara para esse encontro. E conversando com uma amiga sobre o assunto depois do espanto e da “pequenina” inveja, ela me aconselhou a não aparecer muito sofisticada no encontro, poderia assustador o jovem. Eu deveria ir casual.
Fui a um centro de estética, e fiz depilação completa, limpeza de pele, cabelo unhas. E não tinha jeito hora à hora eu pensava no olhar de Kaique e sua atitude eu fui me envolvendo e me deixo levar para o que viesse. Na verdade eu não conseguia tirar aquele moleque de meus pensamentos.
Sexta Feira então chegou e depois de abastecer a casa e deixar tudo pronto para o meu filho. Eu disse que ira sair com algumas amigas. Porque temos que sempre dar satisfação aos homens, seja marido filhos, pais... . Ora.......
Então fui para o local marcado para o encontro, Era um bar próximo a um museu no centro da cidade. Entrei  me sentei , pedi um suco e ansiosa pedia um café depois. Dispensei o café certamente deixaria mal halito. Na verdadeira eu esperava muito naquela noite. Eu desejava realmente Kaique, sentir a sua pele, a sua pegada, o seu aroma e seu beijo.   
Minuto a minuto angustiantes foram crescendo, se multiplicando e quando vi havia de passado 40 minutos. Kaique não apareceu.
Resolvi esperar mais meia hora. E ele não apareceu.
O primeiro sentimento foi de raiva, de ira por estar ali plantada esperando um moleque. Um moleque que mexia demais comigo.
Tomei o celular e ligue para  Kaique. A primeira vez ele atendeu e desligou rapidamente. Isso me aborreceu muito, mas insisti e então o só dava caixa postal. Insisti e insisti, e sempre caia na caixa postal.
Decepcionada e magoada, paguei a conta voltei pra casa, troquei de roupa e quis chorar. Como eu pude ter sido tão burra em acreditar num moleque. Ele não passava de um moleque.  Inevitavelmente o sentimento de vergonha foi se apossando de mim. Eu já mais diria essa história para alguém nem mesmo para minha melhor amiga. Então tomei um chá e tentei pegar no sono.
Então o celular tocou. Era Kaique.
Eu não tive duvidas desliguei, e desliguei todas as mil vezes que ele tocou o resto da noite. Eu estava furiosa, magoada e não queria ver aquele moleque nem pintado de ouro. Então o celular parou de tocar e meu deu uma pena não ter atendido. Mas  amanhã seria outro dia e eu esqueceria tudo isso....
Ledo engano.  Não sei como, mas Kaique apareceu na minha porta àquela mesma noite. Invadindo a minha privacidade o meu mundo, a minha vida.

domingo, 5 de agosto de 2012

A coragem de uma paixão. – parte 3

Eu não esperava esse sentimento em minha vida.

Ter encontrado aquele moleque no mercadinho estava me fazendo bem.
Uma mulher sempre se esquece de que é uma mulher, sempre estamos pensando nos filhos, na casa, no sei lá o que.
Mas o desejo daquele garoto nos olhos me fez despertar para o quanto sou uma mulher.
Na verdade eu nem sabia o nome dele, nem ele o meu. Conhecíamos-nos apenas pelo olhar e pelo desejo que o nosso olhar exalava.
Mas esperar até sexta feira e tempo demais. De alguma forma ele acendeu desejos em mim, mas mais do que isso ele com seu jeito de me querer e se encontrar  distante de todos  me atiçou uma curiosidade.  Não pude resistir e liguei para ele na mesma noite. Eu já havia feito o meu relatório, o jantar, conversado com meu filho e botado alguma ordem na casa e nas minhas coisas. Mas aquele moleque não saia de meus pensamentos.
Já passava das 23 horas, talvez ele estivesse dormindo. Mas eu tinha que falar com ele. Não sei como arranjei coragem, mas fui enfrente dominada pela minha curiosidade.
Ele atendeu, enquanto eu tremia com o celular na mão.
-  Aqui é a...
-Eu reconheci a sua voz...
-Sério!
- Que bom que ligou... Eu também estava pensando em te ligar...
-  Não estou te atrapalhando....
- Já terminou a aula, estou na estação do metrô.
- Quer que eu vá te buscar?
-Não posso! Estou com meus amigos, a gente chega junto no bairro.
- Entendi. Eu quero saber  seu nome.
-Kaique. Com “k”.  E o seu?
Kaique. Que nome mais jovem do que esse.
- Estela.  Olha...
- Sexta feira tá marcado não tá?
Eu não pude desistir, mesmo querendo, ou não querendo. Naquele momento estava muito confusa...
- Eu preciso pelo menos conversar com você Estela...
Derrepente, Kaique ficou grande demais, adulto o suficiente para me convencer a se encontrar com ele.
- Tá bom então.
-Ótimo. Boa noite.
Boa noite.
Eu não podia fugir daquela situação, daquele garoto. Ele havia me fisgado como se diz por ai. E confesso que não tinha forças para me livrar dele, ou não desejava.
Restava esperar sexta-feira chegar.