domingo, 22 de julho de 2012

A coragem de uma paixão. O Encontro.

Naquela semana e na semana seguinte eu havia me esquecido do episódio. Deixei de procurar a minha médica e decide que era coisa de um momento. Uma chuva de verão como diria a minha avó. Algo passageiro.
Mas como nessa vida o que é para ser seu vai ser mesmo. Para o bem ou para o mal.
Sem me perceber parei o meu carro enfrente a padaria, e ai me lembrei de que foi por vir naquela padaria que encontrei aquele menino. Decide não entrar na padaria. Derrepente toda a cena do encontro com o menino passou pela minha cabeça. Causando-me uma quentura que há cem anos eu não sentia.
Então, dei ré no carro e resolvi ir comprar pão e frios em outro lugar. Talvez o Extra ou outro qualquer.
Então indo, olhei um mercadinho. Desses mercadinhos bucólicos e que nos remete a infância, quando ainda não havia esses grandes supermercados. Então parei o carro e  entrei.
Não sabia que havia um mercadinho desses no meu bairro. Alias fui apreendendo que nessa vida não sabemos nada.
Então fui ao balcão do mercadinho, e uma mulher me atendeu muitíssimo bem.
Ela fatiou o presunto e o queijo e me pediu para aguardar que o pão iria sair em breve.
-Pão quentinho! Que maravilha para uma quarta feira, sem graça e fria como aquela. Eu disse que esperava e fui dar uma olhada pelo mercadinho ver se precisava de mais alguma coisa.
Olhei para o requeijão Catupiry que o meu filho adora, vi a data de validade e o preço e resolvi comprar. Peguei dois potes, e quando me virei senti as minhas pernas amolecerem.
Aquele menino estava me olhando. Parado ao meu lado com o mesmo olhar dominador, esfomeado.
Eu segurei firmes os potes de Catupiry e fui flechado pelo seu sorriso.
- Acabou de chegar um lote de Catupiry. Você quer mais?
Eu fiquei muda. Dominada por ele. Meu Deus isso nunca havia me acontecido antes.
Apenas lhe sorri. E vi que ele vestia o uniforme do mercadinho.
- Você trabalha aqui? – Tola sem chão e força, eu perguntei.
- Sou repositor! Mas estou estudando administração...
- Certo! – Eu disse apenas, não tendo palavras.
Ele manteve o seu sorriso. E se ofereceu para pegar uma cestinha. Se foi e  rapidamente voltou com a cesta. Eu fiquei parada olhando para o nada. Até sentir a sua mão tocar na minha e pegar os potes de Catupiry.
- Eu te vi outro dia... - Não sei de onde tirei força para dizer.
-Há duas semanas. Eu me lembro.
-Se lembra?
- Não sei o que me aconteceu, mas você mexeu comigo...
-Ah é!
Ele também havia sentido o que senti.
Ele ficou me olhando e eu para ele. De alguma forma, parecia que nossos olhares eram íntimos. Não havíamos nos vistos antes, mas ao olhar um para o outro sentimos que de alguma forma era verdade que estava acontecendo com nós, todo o sentimento novo que nos invadia.
- Aqui não dá pra eu falar. Mas sexta à noite eu to livre não tenho aula. E esse o número do meu celular se quiser me liga.
Ele disse me olhou mais um pouco, sorriu e me entregou a cesta com os potes de Catupiry. Depois foi para o depósito do mercadinho.
E estranhamente eu não estava mais abalada, nem surpresa, nem... Eu estava encantada.
Tomei o pão, agradeci à senhora. E fui para casa, como que me alimentado de algo nunca experimentado antes e que me fez um bem daqueles.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A coragem de uma paixão.


É preciso de muita coragem quando o destino te surpreende com  outra alma em sua vida.... talvez a tão falada alma gêmea.



Não tenho medo dessa história, apesar de levar a amargura que me restou. Coisas da vida. O que vou fazer.

Mas não posso, não quero negar para mim mesmo essa história nem me envergonhar.

Foi certamente a minha mais forte experiência depois de ter me tornado mãe.

E aconteceu assim sem que eu houvesse esperado ou planejado. Talvez eu esperasse talvez eu desejasse. Alguns esotéricos diriam que estava em minha alma há muito tempo...

Mas a única resposta que tenho é que amei, senti, verdadeiramente como nunca. E descobri os meus sentimentos como mulher, além de mãe, filha boa e funcionária, cidadã exemplar.

Eu trabalho fora e naquele dia, cheguei cansada e exausta em casa. Meu filho para variar estava com alguns amigos nesses joguinhos de computador. Aquele barulho me deu nos nervos, pensei em tocar todo mundo para fora de casa. Mas...

Eu que sai. Resolvi ir até uma padaria, comprar pizza, pães.

Fui a pé à padaria próxima a minha casa. Rua arborizada, iluminação boa, e mesmo aos cocos de cachorros, se pode caminhar tranquilamente.

Eu ia com meus pensamentos, quando os meus olhos sem que eu percebesse me direciona para a imagem de um garoto vindo em minha direção.

Não pude resistir ao seu jeito, ao seu olhar, sei lá talvez a sua alma. Fui sugada por ele. E percebi que ele me olhou com tanta força que algo dentro de mim bagunçou.

Era um menino da idade de meu filho, quinze anos. Lindo demais, forte, e com um olhar de homem devorador. Olhar que eu não havia visto antes em minha vida.

O meu Deus, o que está acontecendo comigo. - pensei.

Então ele passou me olhando firme forte e desconcertante. Tirando-me do rumo. Eu o olhei e continuei caminhando, e dois passos depois olhei para trás e vi que ele olhou para mim também. Eu então com medo segui enfrente respirando fundo e fugindo, fugindo. Talvez fosse o stress, não sei! Mas eu nunca havia sentindo algo assim em minha vida.

Entrei na padaria comprei o que tinha que comprar e voltei para a casa. Decidida a visitar a minha ginecologista e saber se eu estava já entrando na menopausa. Afinal tenho 44 anos.

Mas o fato é que nunca havia senti isso em minha vida.

Não falei nada com ninguém, tomei um banho e fiquei com a família naquela noite. E resolvi não caminhar mais por aquela rua. E tudo passou. Confesso que não fui mais à padaria a pé.

E quando eu havia esquecido todo o momento breve e denso que vivi ao ver o garoto,  novamente esse menino apareceu em minha vida...

( Desculpe-me, mas tenho que respirar um pouco. Ainda me dói essas lembranças. Mas prometo a continuar contando a minha experiência....)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sabedoria.


Não tem jeito tem que se caminhar
" E por mais longo que seja o caminho, ele começa com o primeiro passo"